Uma arqueóloga, um poeta, um pastor e kujá, uma professora e um cantor de rap remontam a história do seu povo, os Laklãnõ/Xokleng, habitantes do sul do Brasil: o tempo do mato, a quase extinção, a retomada da língua e o protagonismo político contra o Marco Temporal.
“A Coroação da Mata” trata do rito de iniciação do cacique Eduardo Quixelô, liderança da etnia Kariri Quixelô, que vive processo de retomada no centro-sul do Ceará, na cidade de Iguatu. O ritual demanda ao novo cacique estar frente ao pajé, aos encantados e ao seu povo. Cidade de Crateús, fim de tarde, após as atividades da “I Assembleia dos Povos Kariri e Tapuia”, representantes das etnias presentes se dirigem à mata para o batismo do jovem cacique. Realizado de forma observativa e direta, o documentário transita sua câmera entre a ritualística, de forma sutil e intimista.
Dirigido por Carlos Papá, artista e pensador Guarani, apresenta o grande sábio Guarani Ava Djejokó, falecido em 2011. Muitos registros visuais de rituais, batismos e curas de Djejokó realizados desde 1991 servem de material para este episódio, em diálogo com os cantos de sua linda voz, e também com seus célebres discursos, traduzidos do Guarani por Papá. Ava Djejokó foi uma das principais lideranças Guarani de sua geração. Pajé Txeramõi de grande prestígio, ao lado de sua companheira Cunhã Tata recebia inúmeros parentes de aldeias diversas que vinham em busca de cura, movidos por sua força espiritual. Guardião da palavra, além de seus impressionantes discursos poéticos, trazia à terra o nome/alma dos que nasciam em sua aldeia. Líder político de firmeza e sabedoria, foi cacique da Terra Indígena Rio Silveiras por trinta anos, definindo sua demarcação na década de 80.
No alto do Rio Negro, próximo ao município de São Gabriel da Cachoeira no estado do Amazonas, precisamente na Terra Indígena do Balaio, reuniram-se pajés do Povo Ye'epá Mahsã. Esse encontro não acontecia há mais de 100 anos, pois fora proibido por missionários salesianos. Com condução de Álvaro Tukano, familiares das mais variadas gerações, aldeias e etnias, reúnem seus saberes e tradições e proporcionam uma verdadeira festa envolta às medicinas do Alimento, do Tabaco, da Coca, do Rapé e do Kaapi, também conhecido como Ayahuasca. Festa de Pajés é um curta-documental que registra esse momento praticado há milênios na Floresta Amazônica e que volta a acontecer no Século XXI, perpetuando a forma de conexão dos povos originários com suas ancestralidades e forças espirituais
O curta conta o resgate da memória de uma comunidade indígena Tabajara no litoral sul da Paraíba, em busca de justiça social e direitos originários, a Aldeia Nova Conquista Taquara, denuncia a criminalização do movimento indígena utilizando o audiovisual como ferramenta de luta e resistência, "Você está em Território Tabajara" demarca as telas do cinema de Pindorama.
Sarah é mais uma menina que vive nas inúmeras palafitas da periferia de Manaus. Acostumada com sua rotina de pobreza, Sarah vê seu mundo se expandir enormemente quando conhece sua avó, Ceucy, e embarca em uma jornada de descoberta de suas raízes indígenas.
O filme-ensaio Corpos Celestes é uma generosa conversa com entrevistados do Brasil, Argentina e Paraguai. Temas como astronomia indígena e ocidental nos permitem tecer questionamentos sobre como estamos olhando para o céu ao longo das gerações.
"Yasmin aos 14 anos desperta para as atrocidades e incoerências da humanidade e entra em crise. Junto com dois professores indígenas Xukuru, ela parte para uma jornada de aprendizagem. Eles visitam comunidades tradicionais, empresas de tecnologia, escolas e vilarejos que estão inovando a forma de se relacionar com o mundo através de soluções mais harmônicas. Ao conhecer a história de resgaste e regeneração do povo Xukuru, Yasmin encontra inspiração para seu caminho de vida."
O curta imerge nas memórias da infância de quatro personagens, as quais relembram as cantigas de roda e as brincadeiras nos quintais e rios em São José do Gurupi, em Viseu/Pará. O filme tem o estilo documental/musical, e acompanha a musicalidade despertadas nos mais vividos e experientes da comunidade, e convida as crianças a experimentar a musicalidade peculiar deste lugar através das cantigas: Fonte da Aviança, Melão, Melão, Dança do Cavaquinho e Que Coqueiro, em versões resignificadas.
Diversos povos indígenas se mobilizam em Brasília, Roraima e Amazonas frente a um importante julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Em parceria com comunicadores indígenas do Conselho Indígena de Roraima (CIR) e com o Coletivo de Comunicadores Mura, o filme apresenta a Luta pela Terra nos três territórios, trazendo as diferentes tradições e estratégias que constroem esse forte processo de resistência coletiva.
Observando as comunidades ditas "periféricas" como Quilombos, Aldeias Indígenas e Acampamentos de Sem Terra, foi possível verificar a relação das pessoas com o ser "feminino", a despeito daquilo que se pode enxergar em meios mais urbanizados.