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Filhas de Criação”: meninas saídas do interior de Alagoas para trabalhar em casas de terceiros na capital, um eufemismo para disfarçar o que na prática, muitas vezes, caracteriza-se como exploração do trabalho infantil em condições análogas a escravidão. A desigualdade social e a miséria são as principais causas dessa situação dramática, a entrega da filha na situação esperança de melhores oportunidades, ascensão social através do acesso à educação, moradia, alimentação. A exploração fica oculta sob o manto da proteção, imposta à criança pela nova família. No Brasil, há uma naturalização do trabalho infantil doméstico, uma espécie de camuflagem desse tipo de exploração, responsável pela reprodução do ciclo intergeracional de pobreza. Muito recentemente, essa prática vem sendo combatida, mas ainda está longe de desaparecer.